Cooperoeste estuda investimento para transformar rejeitos da indústria em energia

Uso do gás produzido pelas lagoas de tratamento associado a implantação de placas solares pode reduzir em até 30% a conta de luz

A diretoria da Cooperoeste recebeu nesta quinta, 24, a visita técnica de uma equipe da Actas, empresa de consultoria e projetos industriais de São Paulo. De acordo com o presidente Sebastião Vilanova, além de avaliar a atual estrutura, a cooperativa busca novas fontes de energia, aliadas a ações de proteção do meio ambiente e a redução de custos da operação. 

A equipe da Actas visitou a subestação, a instalação dos geradores, as lagoas de tratamento de efluentes, as caldeiras e a área de envase. A avaliação preliminar é que o laticínio tem potencial para aproveitar melhor a luz do sol e também os resíduos da indústria. 

O diretor de engenharia da Actas, Leandro Montes, reforça que ainda necessita de mais dados, que é preciso estudar melhor a área de terra disponível, o volume de resíduos gerados, mas adianta uma possível solução mista para que a cooperativa tenha flexibilidade e diminua a dependência da concessionária. 

“Uma opção é a instalação de mais placas de energia solar. E a outra é a implantação de biodigestores com base nos rejeitos da indústria e também de cooperados aqui do entorno da fábrica”, revela Leandro.

 O gerente de projetos Fabrício Honda explica que o gás metano produzido pelo processo de tratamento de efluentes pode ser utilizado de duas maneiras. “Você pode fazer um circuito para queimar esse gás na caldeira, reduzindo a dependência de lenha, que hoje tem um elevado custo. Ou pode utilizá-lo como combustível para acionar uma pequena turbina que pode alimentar um gerador de energia elétrica.”

Fabrício reforça que é preciso aprofundar os estudos, calcular o valor a ser investido e também projetar o retorno desse investimento. Mas considera muito positiva a disposição da Cooperoeste em buscar soluções sustentáveis. “Utilizando essa solução mista, dependendo do volume de gás – é preciso fazer o estudo de balanço de massa energia -esses investimentos podem gerar uma redução de até 30% no gasto com energia elétrica aqui da fábrica”, revela o gerente de projetos.

A diretoria da Cooperoeste acompanhou atenta cada um dos apontamentos e sugestões apresentadas pela Actas. “Nos últimos dois anos, investimos R$ 3,2 milhões em diversas frentes, fundamentados numa matriz energética limpa e renovável. “A sustentabilidade está na nossa visão e nos nossos valores. O que precisamos agora é detalhar esses projetos e analisar a viabilidade econômica deles”, enfatizou Sebastião Vilanova.

Cooperoeste já possui duas usinas de energia solar

Em setembro de 2021 a cooperativa implantou 242 placas fotovoltaicas nos fundos da indústria da Linha Bela Vista. A usina produz até 12.352 kW por mês, o equivalente a metade do consumo da unidade de tratamento de efluentes da fábrica. Em março deste ano entraram em operação outras 750 placas instaladas na filial de Bom Jesus do Oeste. A usina fotovoltaica tornou a fábrica de rações autossuficiente.

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